O testemunho de Danilo, 29 anos, membro do Movimento Diocesano dos Focolares. A coragem de doar-se aos outros, apesar da doença.

Ninguém na minha família conhecia o Movimento dos Focolares e, daquilo que lembro, o que me levava a voltar, todos os sábados, para aprofundar o Evangelho, era o fato de ter encontrado quem me queria bem de um modo desinteressado. Nasci e cresci em Ascoli Piceno (Itália), e todos os anos participava dos cursos de formação para adolescentes, consolidando assim o meu caminho na fé.

Aos 19 anos precisei operar os joelhos e depois disso apresentaram-se algumas complicações. Quando estava ainda no hospital os médicos disseram que eu não poderia mais jogar vôlei e que não teria mais a total funcionalidade das pernas. Naquele momento entendi claramente o que queria dizer que “Deus é um ideal que não desmorona”, e decidi confiar Nele. Se eu não podia praticar nenhum esporte, certamente ele me teria feito encontrar outra coisa para fazer.

Depois do ensino médio prossegui os estudos na universidade, mas todo sábado retornava à minha cidade para prestar serviço como animador na paróquia, aproveitando a minha habilidade para preparar brincadeiras para jovens e adolescentes. Mesmo não podendo jogar, descobri como era divertido e gratificante fazer os outros jogarem, às vezes submetendo-os a testes realmente acrobáticos!

Nos mesmos anos comecei a perceber, dentro do coração, um forte chamado de Deus a consumar a minha vida por Ele, doando-me aos outros. Na Mariápolis 2007, depois de ter recebido Jesus Eucaristia, entendi interiormente qual era o meu caminho: levar o carisma da unidade na minha diocese. Era uma total escolha de Deus, colocada ao serviço de uma realidade particular.

Este mergulho em Deus levou-me a viver a vida na plenitude da alegria e, em especial, permitiu-me enfrentar uma situação que, humanamente, jamais teria sido capaz de superar. Em 2010 comecei a ter novos problemas na perna que havia sido operada, depois na outra, na coluna vertebral, e em poucos meses tinha dificuldades para caminhar e ficar de pé. Os médicos não encontravam explicações e, visto que eu estava prestes a me formar, levantaram a hipótese de uma espécie de estresse nervoso ou de depressão.

Eu continuava a sentir a alegria de viver com os meus companheiros de aventura ideal, e não entendia o que estava me acontecendo. Uma noite refugiei-me na igreja e rezei, diante de Jesus Eucaristia: “Se é a tua vontade que eu comece estes tratamentos, dá-me um sinal. Se, ao invés, eu tenho alguma doença incomum, faz com que eu entenda, porque quero continuar a ser uma dádiva para os outros”.

Com uma enésima pesquisa foi descoberto que eu tinha uma rara doença genética, que desencadeava todos os problemas que eu estava vivendo e que, ainda hoje, obriga-me a conviver com a dor crônica. Logo os meus pensamentos foram invadidos por questionamentos e angústia. Como eu iria continuar a viver pelos outros? Entendi que o amor de Deus não mudava nem diante de todo aquele sofrimento; talvez eu o percebesse de modo diferente, mas o seu amor era sempre imenso. Então, o que eu podia fazer? Continuar a amar e a construir a unidade com todos, mesmo se agora é mais difícil, mesmo quando teria vontade de ficar sozinho.

Alguns meses depois pediram-me para acompanhar um pequeno grupo de pré-adolescentes. Eu pensava: irei conseguir? Deixei o medo de lado e decidi novamente colocar-me ao serviço dos outros. Hoje devo dizer que, nestes anos, os garotos do grupo muitas vezes foram a minha força e a minha coragem. Porque amando supera-se tudo.

Foram muitas as ocasiões que jamais teria imaginado que conseguiria sustentar, fisicamente, mesmo assim eu consegui, constatando que, verdadeiramente, “nada é impossível a Deus”.

 

Fonte: http://www.focolare.org/

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